terça-feira, 28 de outubro de 2008

Tarde morta

Cai a tarde lentamente.
A paz que mora distante aproxima-se ondulante,
como o mar, na areia quente...
A noite vem chegando.
Sem lua para a amante que espera, delirante,
a luz do teu brilho ausente.
Será que tu pressentes?
essa paz está em ti, contigo
e todo meu abrigo
é amar-te imensamente?

terça-feira, 21 de outubro de 2008

SERENATA


Há quanto tempo não ouço uma tal magia
na luz resplandecente do luar.
É como o céu e a terra, com volúpia,
estivessem nessa noite,
a se beijar.



Noite de sonho!

em que adormeci a relembrar

um sorriso maroto de criança...

*

Noite de encanto!

Poema que a fada da ventura me ofertou

nos acordes da tua serenata!

Prudência...


Não confio em meras aparências.

em sorrisos macios, untuosos.

em rostos que sugerem confidências.

em seres por demais silenciosos...


Não confio...


em lagos calmos e parados...onde a água mostra transparências remançosas.

É no fundo que estão as impurezas,

a lama nauseabunda e pegajosa!


A alma humana é assim...

como um lago azul.

Mas no fundo esconde misérias e paixões

numa aparência sã,

que sempre engana.


Nessas águas de atraentes sutilezas,

navega!


Mas evita com prudência, descer às suas profundezas.

Procura vã...

Céu sereno!
Um sol que é viva chama.
Um peregrino que anda...passo incerto...
Parece um nostálgico ator de um drama...
*
Seu olhar se demora na insólita paisagem
entreve uma efêmera miragem
A esperança que logo se evapora....
*
No andar febril e inútil busca
A água da paz!